Segundo estudos do BNDES, os investimentos no setor siderúrgico no período 2007-2001 atingirão R$ 46,4 bilhões, consolidando novo ciclo de expansão da produção nacional de aço. Conforme o banco, esse montante equivale a um aumento real de 140% nos recursos aplicados em siderurgia (média de 16% ao ano) em relação ao período 2001/2005.
A expansão no setor envolverá também aumento nos financiamentos do banco para o siderurgia. No período 2001/2005, o banco realizou financiamentos num total de R$ 4,8 bilhões. Para o próximo período, estima-se aumento para R$ 16,7 bilhões.
Segundo projeções da área de Insumos Básicos do Banco, a capacidade instalada de aço bruto do Brasil duplicará, passando das atuais 36 milhões de toneladas/ano para cerca de 72 milhões de toneladas anuais, ao final dos próximos cinco anos. Assim, será registrado o maior salto de escala da história da siderurgia brasileira. “A produção brasileira de aço crescerá em ritmo superior ao chinês. Serão como setenta anos em cinco”, ressalta o presidente do BNDES, Demian Fiocca.
Em 2005, o Brasil produziu 31,6 milhões de toneladas de aço, ocupando a 9º posição no ranking dos maiores produtores. Foi responsável por 2,8% do total da produção mundial de aço, que atingiu 1,1 bilhão de toneladas de aço bruto no ano passado.
Nos primeiros nove meses de 2006, o BNDES aprovou financiamentos de R$ 3,5 bilhões ao setor siderúrgico, para dar suporte a investimentos de aproximadamente R$ 7 bilhões. Somente em 2006, os desembolsos deverão somar R$ 2,2 bilhões no apoio a projetos siderúrgicos.
A perspectiva de forte ampliação dos investimentos no Brasil deve-se principalmente ao custo brasileiro na produção de aço, altamente competitivo. As vantagens competitivas se estendem por todo o processo de produção, desde a sinterização até a laminação a frio, e decorre principalmente da disponibilidade de minério-de-ferro de alta qualidade e de logística integrada, que envolve proximidade entre as minas, usinas, portos (complexo mina-ferro-porto) e os centros consumidores.
As usinas brasileiras enfrentam o desafio de consolidar posição de destaque no cenário mundial, com vistas à comercialização de produtos de maior valor agregado. Nesse sentido, e devido às restrições de acesso aos mercados de países ricos, que impõem barreiras à colocação de produtos acabados de aço, existem movimentos das usinas brasileiras no sentido de firmar parcerias ou de adquirir ativos no exterior para o processamento final de produtos.
Para contribuir com a competitividade da siderurgia brasileira, o BNDES criou linhas de financiamento para gastos com Inovação e reduziu substancialmente os custos de seus empréstimos. Os spreads para investimentos em geral caíram de 3% para 2% ao ano, enquanto que os spreads para bens de capital foram reduzidos de 3% para 1,5% ao ano. A participação de moeda estrangeira nos financiamentos do BNDES caiu de 30% para 10%. Além disso, por decisão do governo, a TJLP diminuiu de 9,75% para 7,5% ao ano.