(07/02/2021) – Em meio à instabilidade econômica causada pela pandemia, em 2020, a Atlasmaq parou para revisar alguns de seus processos e realizar mudanças de ordem estrutural. Antes da chegada do coronavírus, a empresa previa um ano promissor, com 20% de aumento no faturamento, mantendo a média de crescimento dos anos anteriores (23% em 2019, 18% em 2018 e 19% em 2017). No entanto, as vendas sofreram uma queda brusca, encerrando o primeiro semestre 20% abaixo do mesmo período do ano anterior.
Frente a esse cenário, a empresa analisou minuciosamente a situação e deu início a algumas transformações. “Em tempos de crise, toda a adversidade traz consigo a semente de uma vantagem equivalente”, afirma Alexandre Lacerda, gestor comercial da Atlasmaq. A companhia entendeu que o período, mesmo com todas as dificuldades impostas, trazia muitas oportunidades e se empenhou em aproveitá-las.
A primeira providência foi trocar integralmente a equipe comercial, que passou a contar com engenheiros juniores na faixa dos 24 anos, os quais semanalmente passam por treinamentos na área de vendas. A companhia também investiu na estrutura de uma sala comercial e de treinamento, equipada com muitos recursos tecnológicos, para aprimorar e realizar vendas remotamente. Atualmente, 80% das vendas são realizadas à distância.
De acordo com Lacerda, os resultados positivos não tardaram a chegar. Já no segundo semestre de 2020, as vendas foram 30% maiores do que no mesmo período do ano anterior. “No final do ano, considerando os 20% abaixo e os 30% de crescimento no segundo semestre, a gente manteve os números de 2019. Ou seja, a gente salvou o ano. No mês de janeiro de 2021 estivemos bem acima da meta”, conta o gerente.
Por conta dos desdobramentos da pandemia e das orientações de distanciamento social, a empresa não irá participar de eventos presenciais em 2021. “Nosso showroom é um retrato das feiras de usinagem”, afirma Lacerda, acrescentando que a empresa também apostou no incremento de sua presença nas mídias sociais. Em 2021, o objetivo da Atlasmaq é manter o volume de negócios de 2020, quando foram vendidas 400 máquinas, registrando crescimento por volta de 30%.
Estoque – A sede da empresa, localizada no bairro do Brás (SP), foi duplicada para receber lotes maiores de máquinas, totalizando agora 5 mil m². O objetivo era ampliar a capacidade de máquinas para pronta entrega. Cerca de R$ 25 milhões foram investidos com este objetivo – em média o valor de cada máquina comercializada pela Atlasmaq gira em torno de R$ 60 mil. “A pronta-entrega se tornou um diferencial. Hoje, 80% das máquinas que comercializamos temos no estoque, para pronta-entrega”, aponta o gerente comercial.
A Atlasmaq também intensificou os serviços de assistência técnica e de peças de manutenção para que os clientes não fossem afetados durante a pandemia. A companhia, com 23 anos de mercado, possui mais de 14 mil máquinas instaladas no Brasil.
Máquinas Usadas – Outra estratégia utilizada foi a compra de maquinário usado de empresas que fecharam durante a pandemia. Foram adquiridas 330 máquinas de usinagem em geral (tornos, fresas, furadeiras etc.), guilhotinas, prensas, dobradeiras, entre outras. As máquinas usadas respondem por 35% do faturamento da empresa.
Dentro dos negócios de máquinas usadas, um outro segmento rende bons frutos para a Atlasmaq: o aluguel. Para se dedicar exclusivamente a essa área, a empresa contratou um engenheiro júnior. “Estamos trabalhando com o aluguel de máquinas faz uns três anos, mas somente agora isso se tornou tendência por conta da economia que gera para as empresas”. Geralmente, as máquinas são alugadas por companhias de grande porte, conforme dito por Lacerda.
Uma outra alternativa disponibilizada pela empresa é o financiamento próprio, em até 24 vezes, sem juros, recurso que também já estava disponível antes da pandemia.