São Paulo, 22 de dezembro de 2024

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16/01/2018

Cinco tendências tecnológicas para ficar de olho em 2018

(*) Vicente Goetten

(17/01/2018) – Ninguém duvida que as tecnologias estão evoluindo e sendo adotadas com uma velocidade cada vez maior. Várias delas surgiram nos últimos anos e já ganharam diferentes aplicações e representatividade em inúmeros segmentos da indústria. Por isso, não podemos deixar de olhar para a evolução e os impactos que cada uma delas causará nos nossos negócios e setores. Para facilitar essa análise, trago abaixo cinco tendências que se difundirão mais fortemente em 2018 e que todas as empresas devem estar atentas.

 

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL – A tecnologia vai continuar sendo um dos principais tópicos do próximo ano. Ela está evoluindo a passos largos para diversas aplicações e estará em praticamente todos os tipos de sistemas e soluções. Mais do que isso, a IA também deixará as coisas mais inteligentes. Robôs, drones, máquinas agrícolas. Todos eles responderão perguntas e oferecerão insights para tomada de decisões em diferentes indústrias. 

 

A evolução dessa tendência também passa muito pelas experiências conversacionais, como Alexa, da Amazon, e Siri, da Apple. Esses exemplos da vida pessoal ingressarão fortemente no universo corporativo, como no atendimento ao cliente, por exemplo, que poderá pedir orientações ou fazer perguntas por comando de voz ou texto e ser direcionado a um manual ou à localização específica da resposta na página de FAQ (perguntas e respostas frequentes, da sigla FAQ em inglês).

Além disso, há estudos sobre a operação de máquinas e sistemas com o uso de comandos de voz. Desta forma, por meio de uma interação com linguagem natural, será possível interagir com um software e pedir para que ele emita uma nota fiscal para empresa X, por exemplo, e ele o fará sozinho.

REALIDADE VIRTUAL E AUMENTADA – Outras tecnologias que vão crescer muito no próximo ano são as realidades virtual e aumentada. Até então bastante usadas na indústria de games, em 2018 se tornarão mainstream impulsionadas pelos setores de lazer, como museus e estádios, hotelaria e turismo. Mas também serão bastante usadas nos segmentos de varejo, saúde e educação – incluindo treinamentos.

Esses conceitos ganharam popularidade no mercado de games, como Pokémon, mas, assim como a inteligência artificial, estão sendo inseridas em aplicações de negócios. Em uma loja física, com uma aplicação assim, será possível obter informações adicionais de um produto ou verificar se uma carteira que você está comprando combina com um sapato que já está em casa. No segmento de saúde, será possível ”escanear” o tornozelo após uma contusão e obter indicações do que aconteceu e recomendações do que fazer. Tudo isso com a câmera do celular.

Os benefícios não param por aí. Essas tecnologias permitirão uma experiência imersiva, como, por exemplo, no aeroporto de Singapura que já treina seus novos engenheiros mecânicos 100% com óculos de realidade virtual. Na educação à distância, estudar o corpo humano como se ele estivesse na sua frente será um grande avanço para estudantes e professores. E imagine se, antes de comprar uma passagem para o Japão, você pudesse vivenciar uma caminhada pelas ruas da cidade ou saber como será a visão do assento do ingresso que deseja comprar para um show ou um jogo no estádio, antes mesmo de adquiri-lo. Até mesmo um passeio no museu ou em uma exposição torna-se mais rico e interessante com informações adicionais sobre uma obra usando apenas o celular.

BLOCKCHAIN – Até o momento tivemos muitos casos teóricos de blockchain, mas em 2018 o veremos, de fato, em produção. Haverá um crescimento forte não só da tecnologia em si, mas, principalmente, de soluções desenvolvidas em cima dela. Será possível, por exemplo, fazer tracking e auditoria do transporte de medicamentos utilizando um sensor de internet das coisas (IoT) que rastreia o trajeto e a temperatura dos medicamentos durante todo o processo, salvando essas informações no blockchain. A medida garante a proteção dos dados, a imutabilidade deles e, até mesmo, a segurança e a qualidade dos produtos, que não sofreram alterações durante o trajeto. O mesmo princípio pode ser usado no supply chain e na agricultura.

A tecnologia também deve crescer muito no segmento financeiro, onde surgiu juntamente com os bitcoins. Hoje, não existe uma instituição financeira que não use ou não esteja discutindo a adoção de blockchain. Outro aspecto que deve crescer bastante no próximo ano é a identidade digital e o blockchain será usado para garantir a segurança da informação e também que você é você mesmo.

FOG COMPUTING – Em 2018, vamos começar a usar o poder computacional das pontas. Isso agilizará a rotina de empresas e profissionais, pois não será mais necessário enviar todos os dados para uma nuvem, esperar ela processá-los e enviar a informação de volta para tomar decisões.

Imagine a diferença dessa mudança de paradigma em um carro autônomo, em que a velocidade de decisão é fundamental para a segurança das pessoas. Ao usar o poder computacional das pontas, realiza-se o processo localmente e apenas o armazenamento do resultado na nuvem tradicional, combinando várias nuvens ao invés de centralizar tudo em uma só. E isso só acontecerá porque o poder computacional que temos hoje no nosso smartphone ou em um carro autônomo, por exemplo, são incríveis.

COMBINAÇÃO DE TODAS ESSAS TECNOLOGIAS – Além dos benefícios oferecidos por cada uma dessas tecnologias individualmente aos negócios, a combinação de várias delas também impactará fortemente o dia a dia nas empresas e a nossa interação com elas. O carro autônomo, por exemplo, usará não só a fog computing, mas também a inteligência artificial para tomar decisões. Na saúde, veremos o uso de IA e de realidade aumentada para dar uma prévia de diagnósticos. Além disso, com os óculos HoloLens, da Microsoft, será possível escanear um paciente e depois interagir com ele por meio de realidade aumentada e inteligência artificial.

Essas são algumas tendências que impactarão as empresas e os negócios em 2018 e precisamos estar atentos aos impactos que elas podem causar, não só no ambiente corporativo, para não perdermos competitividade, como também na interação com os clientes e nas experiências que oferecemos a eles.

(*) Vicente Goetten é diretor do TOTVS Labs

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