(*) Alfredo Ferrari
(03/12/2017) – “O torno automático é uma máquina-ferramenta que possibilita a fabricação de peças de formas cilíndricas automaticamente, de maneira seriada e contínua, desde a entrada da matéria-prima em bruto até a elaboração do produto final, sem interferência humana no processo produtivo”.
Os primeiros tornos automáticos foram desenvolvidos no final do século 19, tendo os seus carros porta-ferramenta acionados através de cames, e são utilizados até os dias de hoje, de forma econômica, na produção de peças de geometrias simples e em grandes volumes de produção. Existem tornos automáticos com seus carros porta-ferramenta acionados através de cilindros pneumáticos ou hidráulicos, porém sua construção é cara e, portanto, antieconômica.
A partir de meados dos anos 1960, com a evolução das máquinas digitais, os tornos automáticos passaram a ter os seus carros porta-ferramenta acionados através de servomotores e dotados de Comandos Numéricos (CN) que evoluíram, rapidamente, aos atuais Comandos Numéricos Computadorizados (CNC). Os tornos automáticos CNC têm, como principal vantagem em relação àqueles acionados por cames, a possibilidade de realizar fácil programação e rápida preparação da máquina.
Pelas suas formas construtivas, os tornos automáticos se classificam de diversas maneiras:
– Número de fusos: monofusos, bifusos e multifusos (6 e 8 fusos).
– Construção do cabeçote: fixo e móvel, sendo este aplicado na microusinagem.
– Posição do fuso principal: horizontal e vertical.
– Tipo de acionamento: cames, pneumáticos, hidráulicos e servomotores/CNC.
– Característica do material bruto: barras, em geral até 3,0 metros de comprimento, e pedaços pré-formados (blanks), como barras pré-cortadas, forjados, fundidos e sinterizados.
– Forma de alimentação do material bruto: alimentadores hidráulicos e magazines automáticos para barras e sistema automatizados e robôs para carga e descarga automática de blanks.
Os modernos tornos automáticos CNC determinaram uma enorme evolução tecnológica em relação aos tornos de construção puramente mecânica, em face do desenvolvimento da eletrônica. O controle de diversos eixos, operando de forma simultânea, possibilita a usinagem completa de peças de geometrias complexas em curtos ciclos de operação. A aplicação de ferramentas de corte giratórias e o controle de posicionamento e avanço do fuso principal permitem operações de furação e rosqueamento, transversal, angular e fora de centro, além de fresamentos variados. Estas características operativas configuram novos conceitos construtivos, como os tornos automáticos CNC multicarros e multitarefa.
A programação de avanços e velocidades de corte ideais, sem escalonamento, para os mais diferentes tipos de materiais, somada a aplicação de ferramentas de corte de alto rendimento, resulta em elevada eficiência da produção, reduzindo custos e proporcionando maior qualidade do produto usinado. Além do mais, como a programação e a preparação destas máquinas são rápidas, a produção de séries pequenas torna-se extremamente econômica, registrando extrema flexibilidade no trabalho, e contabilizando ótima relação custo x benefício.
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(*) Alfredo Ferrari é engenheiro mecânico e vice-presidente da Câmara Setorial de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura da Abimaq. Este artigo foi elaborado para o Canal de Conteúdo “A Voz da Indústria”.