São Paulo, 22 de dezembro de 2024

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29/07/2017

Urge revitalizar o parque industrial brasileiro


(*) Alfredo Ferrari

(30/07/2017) – Só há um caminho para tornar a indústria nacional de bens manufaturados mais produtiva, eficiente e competitiva, acompanhando o nível dos mais avançados mercados internacionais: a revitalização de seu parque de máquinas-ferramenta, que beira uma idade média de 20 anos. A acentuada queda nos investimentos nas últimas duas décadas exacerbou este dado.

A revitalização do parque industrial brasileiro terá como consequência o aumento da produção de bens manufaturados, através do incremento do consumo interno, das exportações e da diminuição das importações, fortalecendo a sua economia. Medidas devem ser tomadas no curtíssimo prazo para reverter este quadro, através de um profundo programa de política industrial, consistente e de longo prazo. Deve ser um plano que estimule os empresários a investirem em equipamentos de moderna tecnologia, além de métodos avançados do controle da produção.

Dependendo das características produtivas de cada empresa, serão necessárias soluções que deverão ser atendidas por equipamentos produzidos no país, assim como aqueles importados, não disponíveis localmente, e que, por suas características tecnológicas, venham completar tais necessidades e exigências de produção. Como consequência, muitas vagas de trabalho serão criadas a fim de atender as indústrias de manufatura e de máquinas e equipamentos, com mão de obra especializada voltada às novas tecnologias.

A indústria de máquinas-ferramenta brasileira já esteve entre os dez maiores países fabricantes destes equipamentos, ocupando, porém, em 2016, a 19ª posição, segundo o Instituto Gardner. Essa indústria teve o seu início no país há cerca de um século e foi consolidada com enorme êxito em sua história, atendendo os mais exigentes mercados. Ela está preparada, aguardando o momento de um novo ciclo de desenvolvimento econômico e industrial para voltar a crescer.

O atual governo federal e os futuros governantes deverão priorizar os seus esforços, a fim de estimular a produção eficiente de bens manufaturados, pois uma economia forte não pode depender somente da produção de suas commodities. A indústria de transformação brasileira já representou, nos anos 1980, mais de 20% do seu PIB, enquanto que hoje assinala o pífio índice próximo a 10% do PIB.

Para o Brasil se consolidar como uma grande nação, governo, empresários e toda sociedade devem se unir e lutar para reverter o quadro atual. Parte da solução está na revitalização urgente do parque de máquinas brasileiro, para ser competitivo e atender a cada necessidade de produção, com a aplicação das mais modernas tecnologias que levem a indústria nacional a ganhos efetivos de produtividade, eficiência e qualidade.

(*) Alfredo Ferrari é engenheiro mecânico, vice-presidente da Câmara Setorial de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura da Abimaq. Este artigo foi elaboradoa para o Canal de Conteúdo “A Voz da Indústria”.

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