(*) Alfredo Ferrari
(28/05/2017) – E tudo indicava que poderia ser mais rápido que imaginávamos. Estávamos cercados de esperança. Após quinze anos de um período desastroso para a economia brasileira, que determinou um forte retrocesso na indústria brasileira, teria chegado a hora de iniciar a sua recomposição e fortalecimento.
Os primeiros sinais de recuperação da economia começavam a despontar:
– Inflação caindo dentro da meta estabelecida pelo governo;
– PIB começando a se recuperar;
– Perspectiva de aprovação das diversas reformas necessárias para o país;
– Punição aos culpados pela corrupção instituída no país;
– Êxito do desempenho da produção agrícola.
Em fim, eram acontecimentos que transmitiam confiança ao povo e ao empresário brasileiro. Obviamente, haveria muito ainda que se realizar para atingir-se um nível de crescimento robusto que possibilitasse a criação de empregos em todos os segmentos da economia e o aumento maciço dos investimentos na indústria. Ainda existiam pontos que deviam ser lapidados para estimular a economia, como redução dos juros, reforma fiscal, política cambial que levasse ao incremento da produção nacional e das exportações, além da disponibilidade de crédito bancário em condições justas aos investidores.
O Brasil estava com tudo para dar certo, pois já é líder em muitas atividades: um setor agropecuário pujante e fadado a ser o celeiro do mundo, uma potência na produção de matérias primas, como o minério de ferro e o petróleo, uma indústria avançada de bens manufaturados, criada há mais de um século, a maior reserva de água potável do mundo e um povo focado no progresso do país, num ambiente pacífico, sem guerras e revoluções.
Porém, de supetão, acordamos de um dia para o outro, com uma nova crise política, que irá atrasar a recuperação econômica do país. Por outro lado, é importante vivenciarmos estes momentos duros, pois com um Brasil sendo passado a limpo e com uma nova geração de governantes de postura ética, com propósitos honestos e voltados para os interesses da nação, o país retomará o rumo à condição de potência econômica e industrial, fazendo com que todo cidadão sinta orgulho de ser brasileiro.
Continuemos lutando, pois a história é testemunha de que o Brasil é maior do que qualquer crise.
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(*) Alfredo Ferrari é engenheiro mecânico e vice-presidente da Câmara Setorial de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura da Abimaq