São Paulo, 07 de setembro de 2024

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23/08/2020

Dolarização é obstáculo à retomada no setor plástico


(23/08/2020) – Além da crise provocada pela pandemia de Covid-19, a indústria do setor de plástico vem enfrentando outro problema: o aumento nos preços das matérias-primas. Apesar de pesquisas apontarem crescimento na produção industrial, o custo da matéria-prima é um empecilho para a retomada das atividades do setor.

O principal motivo apontado é constante alta do dólar em 2020. Mesmo com queda na cotação internacional do petróleo, principal matéria-prima do plástico, o preço da resina plástica está em elevação. Ainda que o preço das resinas plásticas seja em Real, o valor é baseado no custo da matéria-prima – o petróleo -, que tem o seu preço calculado em dólar. Ou seja, o custo da resina acaba sendo dolarizado.

“Aguardávamos com muita expectativa o reaquecimento econômico, as demandas voltam a crescer, mas essa questão do aumento gigantesco de preços, principalmente do polietileno de baixa densidade, coloca em risco essa retomada. A matéria-prima principal, que é o petróleo, caiu mais que o próprio dólar, então, essa alta de valores é algo que não bate”, comenta Erick Souza, gerente comercial da Maximu’s Embalagens Especiais. A empresa, que conta com plantas em Ribeirão Pires (SP) e Varginha (MG), é especializada no desenvolvimento de embalagens para proteção, acolchoamento e movimentação de variados produtos para diversos setores, como o automotivo, hospitalar e eletrônico.

Paulo Lakatos, diretor comercial da Lakatos Termoformadoras, fabricante de máquinas de termoformagem e moldes para o setor de transformação do plástico, confirma que o aumento no preço das resinas plásticas foi bem representativo, trazendo insegurança para o mercado. “A alta no preço da matéria-prima também nos afeta como fabricantes de máquinas. Nós atendemos o mercado de transformação, que neste momento em que tanto se fala de retomada da produção, está inseguro”, detalha Lakatos.

O gerente comercial da Maximu’s afirma que o setor de embalagens é um termômetro da economia. “Se produz, embala. Se não produz, não embala”, resume. De acordo com Souza, nos três primeiros meses da pandemia houve uma queda muito expressiva no volume da produção, principalmente na fábrica de Varginha, que é dedicada ao segmento automotivo. “A queda de março para abril foi bem bruta porque estávamos no pico da demanda. A retomada está acontecendo gradualmente, porém, em um ano tão difícil, essa alta dos preços das resinas plásticas vai atrapalhar. O único argumento é a alta do dólar, mas nós questionamos isso. Como o preço do petróleo, em queda, não impacta de forma alguma no preço da matéria-prima? A gente fica refém do monopólio do mercado, o que traz o risco de falta de plástico para a fabricação de produtos finais”, argumenta.

No ano de 2019, a Maximu’s Embalagens Especiais cresceu mais de 20%. Em 2020, por conta das incertezas do mercado, a empresa não sabe se vai voltar a crescer, já que o volume de produção ainda é menor do que no período pré-pandemia. “Nosso trabalho comercial está incessante para aumentar a nossa base de clientes”, conta Souza. Para ele, um dos grandes gargalos do setor no momento é a falta de capacidade instalada para regularizar o atendimento à demanda.

O diretor comercial da Lakatos ressalta que, no setor de termoformagem, a Covid-19 afetou diretamente a produção de itens de consumo para festas e eventos, como copos, pratos e talheres descartáveis. Mas, por outro lado, houve aumento na demanda por embalagens utilizadas por serviços de delivery, o que traz boas perspectivas. “Estamos com uma carteira de pedidos de 20 a 30% maior do que no ano passado. O setor de termoformagem, no geral, está em crescimento”, diz.

Apesar das boas expectativas, a Lakatos Termoformadoras também se está preocupada com a pressão dos custos. “Muitos dos custos para a produção de máquinas são dolarizados, assim como as resinas. Então, o preço das máquinas está aumentando e os contratos já firmados estão com as margens reduzidas”, explica Lakatos. Em 2020, a empresa – que tem pedidos fechados até a metade de 2021 – espera crescer 20%.

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