(22/10/2017) – Os fabricantes de motores estão mais otimistas com o mercado brasileiro, segundo reportagem publicada pelo jornal DCI. Para este ano, as empresas projetam crescimento decorrente da melhora do cenário econômico e das novas exigências de emissões em máquinas agrícolas e de construção.
A Cummins, por exemplo, prevê aumento de 28% da produção neste ano, após um período extremamente difícil entre 2014 e 2016. "A crise política ainda não passou, mas é evidente que a equipe econômica do governo está conseguindo devolver a confiança ao País, o que já se reflete em crescimento da demanda", afirmou ao DCI a diretora executiva da companhia no Brasil, Neuraci Pereira de Carvalho, citando a retomada na produção de veículos pesados e do crescimento do agronegócio.
Já a FPT, do grupo CNH Industrial, enxerga oportunidades no programa de controle de emissão de poluentes para máquinas agrícolas e de construção – conhecido como MAR-I. A transição das novas regras começou a valer no início deste ano e serão concluídas em dezembro de 2018, quando 100% das máquinas produzidas no Brasil terão que atender às novas exigências.
Segundo o presidente da FPT Industrial na América Latina, Marco Rangel, com a mudança na lei esperava-se uma antecipação de compras, entretanto, essa expectativa não se concretizou. "Esperávamos um aumento dos volumes que não aconteceu. Mas para o ano que vem, teremos certamente uma alta das vendas decorrente das novas exigências", afirma Rangel.
Para este ano, o executivo espera um crescimento do mercado de motores entre 5% e 10%. "Nós devemos acompanhar este desempenho", diz.
A Cummins já chegou a produzir mais de cem mil motores na planta de Guarulhos (SP). No ano passado, fabricou apenas 28 mil unidades e, para 2017, a expectativa é atingir 32 mil motores, com a ajuda do mercado externo.
A FPT tem capacidade instalada de aproximadamente 75 mil motores em Sete Lagoas (MG) e, no ano passado, produziu 36 mil unidades. "No auge da crise, chegamos a uma ociosidade de 70%. Hoje, esse índice é bem menor", segundo Rangel. Em 2017, a expectativa da companhia é produzir cerca de 40 mil motores.
2018 – Em relação ao próximo ano, os fabricantes vislumbram um cenário positivo. Rangel acredita que a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) e a recuperação das cotações das commodities agrícolas devem impulsionar o mercado. "Estimamos um crescimento de 10% das vendas de caminhões e ônibus e de aproximadamente 8% para máquinas agrícolas e de construção em 2018", diz Rangel.
Já a diretora da Cummins avalia que o Brasil tem potencial para a venda de 100 mil caminhões por ano. Em 2017, as montadoras projetam pouco mais de 45 mil unidades. "Se o País estimular investimentos em infraestrutura e renovação da frota, podemos facilmente dobrar o volume de vendas de caminhões", avalia.
Fonte: DCI